Nós últimos dois anos, a mídia vem divulgando muito sobre o processo inclusão nas escolas brasileiras, porém além de discutir, debater e divulgar, realmente compreendemos a inclusão ou simplesmente rotulamos os alunos e mascaramos a aprendizagem. Esse questionamento nos faz lembrar que além de buscar novos conhecimentos precisamos colocar em prática a teoria e superar os desafios internos e externos para então obter sucesso.
Aprendemos sobre inclusão constantemente, e no mês de dezembro 2017 e inicio de janeiro de 2018 houve alguns compartilhamentos em rede social sobre a nota técnica do MEC, e frase nesses compartilhamentos dizia inclusão sem laudo é um direito da criança, porém temos que ficar atentos com essa frase para que não ocorra equívocos, e principalmente ler o documento na íntegra e compreender o verdadeiro significado de inclusão.
Ser a favor da inclusão é necessário compreender as particularidades, entender a adaptação curricular e a flexibilização. Além disso, o direcionamento de uma equipe multidisciplinar é base para que a verdadeira inclusão aconteça, caso contrário estaremos realizando a exclusão na prática e o processo de inclusão no faz de conta.
Lembrando que a equipe multidisciplinar é fundamental, pois cada qual desenvolve o seu trabalho, exemplos: neuropsicologia é a ciência que estuda a conexão entre o sistema nervoso e o cognitivo, psiquiatria: faz parte da ciência da medicina que estuda os transtornos mentais, é também o profissional responsável para receitar alguns medicamentos para o tratamento, a musicoterapia auxilia no tratamento de alguns casos de complicação neurológica, psicologia e a pedagogia sempre estiveram no processo de aprendizagem da criança, porém ambas as ciências possuem suas especificações, fonoaudiologia: trabalha com a comunicação oral, como a fala e audição, neurologia é a especialidade da medicina que estuda Sistema Nervoso, psicomotricidade previne e realiza tratamentos que envolvem o desenvolvimento corporal, otorrinolaringologista: é área da medicina que se especializa em ouvido (Oto), nariz (rino) e laringe (laringo), sendo assim cada qual tem sua função.
Cabe lembrar que todas as crianças têm o direito ao tratamento correto, e não podem sofrer nenhum preconceito principalmente em ambiente escolar, vale lembrar que a criação da lei de Inclusão Brasileira aconteceu em 2015 (Lei 13.146/2015), e aqui no Estado do Paraná também temos a DELIBERAÇÃO N.º 02/03, e no artigo Art. 5° As necessidades educacionais especiais são definidas pelos problemas de aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter temporário ou permanente, bem como pelos recursos e apoios que a escola deverá proporcionar objetivando a remoção das barreiras para a aprendizagem.
Sendo assim a adaptação curricular e a flexibilização deve acontecer, mesmo que muitas vezes não seja uma tarefa fácil, porém devemos parar de achar os porquês e sim realizar um olhar mais diferenciado e humano juntamente com a prática pedagógica e a união com uma equipe multidisciplinar.
E não podemos esquecer que a aprendizagem faz parte do cotidiano de todas as pessoas, inclusive das crianças, conforme a neurobiologia significa modificações nas redes neurais, isso que dizer que o ato de aprender envolve diversos fatores, como as estruturas neurais desde sua formação anatômica, histológica, bioquímica e também a emocional.
Os estudos e as descobertas da neurologia, psicologia, fisiologia, pedagogia antropologia e neuropsicologia confirmam que o sucesso da aprendizagem depende do desenvolvimento emocional, social e neurofisiológico da criança, sendo assim compreendemos que o SNC é fundamental todas as nossas fases do aprender e principalmente na inclusão das nossas crianças.
Saliza Costa Pedroso
Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia
Pós-Graduação Lato Sensu, Especialização em Neuropsicologia e Aprendizagem.
Diversos cursos de extensão na área da Educação.
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