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Thalita Andrade: Eu amo ele, mas ele me bate e me xinga, não sei o que fazer!

E ai meninas, vamos falar sobre relacionamento? Um relacionamento que não é normal, mas muito comum e que muita gente vive dentro dele, sem ao menos saber o que esta vivendo. sabe quando seu parceiro, companheiro, esposo começa a te proibir de fazer algumas coisas? Começa de vagar com “Não quero que você faça isso”. 
imagem ilustrativa retirada do google

Sabe quando as brigas começam a exagerar? Você leva alguns empurrões, alguns xingamentos, mas acha que foi apenas na hora da raiva, pois no outro dia, ele pediu perdão, te deu flores e chocolates? Mesmo assim, acontece de novo, proibições, empurrões, as vezes até tapas ou socos e tudo se repete, se tornando um ciclo de agressão, com dias de calmaria e novamente agressão?

Se você esta vivendo uma situação assim, mas não sabe o que fazer, para desvencilhar e ser livre novamente, acompanhe nossa coluna, que neste espaço iremos tentar te ajudar. Saiba que aqui você tem uma amiga. Eu Sou Thalita Andrade e irei trazer para o Rede de Notícias tudo sobre a mulheres, desde dicas de moda a dicas de direitos.

Garotas entrevistei uma colega que passou muito tempo, sendo agredida verbalmente e fisicamente, ela me contou como era esta relação no inicio, meio, e também no pós fim, aonde ele ainda a ameaça. Infelizmente muitas histórias se re repetem com a mesma formula, parece um vírus que não tem cura.

Confira a entrevista abaixo:

1- Como era o relacionamento antes de começar a ser "abusivo"?
No primeiro ano foi um relacionamento bom, a gente se dava super bem, normal; quando foi passando para o segundo ano de namoro que as coisas começaram a ficar ruins, a gente brigava muito, e por qualquer motivo ele terminava, os términos não duravam muito, questão de uma semana, um mês a gente acabava voltando.

2- Quando você realmente se deu conta que estava presa a um relacionamento abusivo? 
Demorou muito, porque antes de perceber, eu achava que ele fazia isso por culpa minha, porque era o que ele dizia pra mim, porque as vezes eu cobrava demais, tinha ciúmes por coisas que ele dizia que era bobeira, infelizmente demorou muito até eu perceber que aquilo tudo que estava acontecendo não era por culpa minha, que realmente ele nunca ia mudar, tanto que aceitei muita coisa dele, com esse pensamento, de que era só uma fase que a gente ia voltar a ser o que era antes, mas não foi o que aconteceu e as coisas só pioraram. 
3- Quais foram os primeiros sinais dele? Quando ele se tornou assim?
Eu acho que os primeiros sinais já começaram quando ele terminava por qualquer motivo, se eu falasse algo e ele entendesse de um modo “errado” já era motivo pra ele terminar, pra ele começar a me xingar. Ele começou a piorar quando fomos morar juntos, no inicio as coisas estavam bem, até parecia que ia dar tudo certo, ele me ajudava com a organização da casa, porque até então apenas eu trabalhava fixo, mas depois de um tempo ele voltou a me tratar mal, me xingar, dizia que eu não prestava pra nada, que ninguém da minha família queria me ver mais, sempre tentando me afastar da minha família, e até um certo momento ele estava conseguindo isso, porque de certa forma eu pensava que eu só tinha ele na minha vida, que se eu “perdesse” ele eu ficaria sozinha. 
4- Você sente medo? Acha que ele pode fazer algum mal a você ou sua família? Ele a ameaçou?
Hoje em dia não sinto mais medo, sentia quando morava com ele pois de certa forma ele me controlava, ele ameaçava todos que estavam a minha volta, se eu pedisse pra terminar ele dizia que iria matar meus familiares, me agredia fisicamente e verbalmente, mas hoje em dia eu vejo que não estou sozinha, então não tenho mais medo. Ele me ameaça até hoje, quase sempre recebo mensagens dele dizendo que vai vir atrás de mim, mesmo ele estando bloqueado em todas as minhas redes sociais, ele cria perfis falsos e me manda mensagens com ameaças. 
5- Você fez B.O? Como a polícia te atendeu? Você recebeu todo apoio necessário da polícia? Medida protetiva?
Sim, já tenho três boletins de ocorrência contra ele, tenho a medida protetiva também, mas infelizmente não está adiantando muito, porque mesmo assim ele ainda me manda mensagens, liga para mim, para pessoas próximas a mim. Fui bem atendida sim, da primeira vez fiquei um pouco insegura pois a sala que fui atendida na delegacia da mulher não foi uma sala tão privada, mas apesar disso fui bem atendida. 
6- Ele chegou á te bater?
Sim, várias vezes, além de me agredir verbalmente, sempre que ele podia ele vinha pra cima de mim, eu me defendia da forma que eu conseguia. 
7- Como você sente agora sem esse peso? 
Hoje em dia, apesar da perseguição dele, eu me sinto muito feliz mesmo, todos que estiveram comigo enquanto eu ainda estava com ele, dizem que hoje eu sou outra pessoa, qualquer um diz que é nítido o quanto eu estou feliz, e realmente, foi a melhor coisa que fiz, largar dele, porque se eu ainda estivesse com ele não faço ideia de como eu estaria, mas hoje estou muito bem, e não me arrependo de ter ido atrás da polícia, foi a melhor escolha que eu fiz.


Veja a seguir como denunciar e procurar ajuda em casos de agressão:


- Ligue 180, serviço telefônico gratuito disponível 24 horas em todo o país;

- Clique 180, aplicativo para celular;

- Ligue 190, se houver uma emergência;

- Delegacias de polícia;

- Delegacias da Mulher (se não funcionar 24 horas, o boletim de ocorrência pode ser feito em uma delegacia normal e depois transferido);

- Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, para os casos em que a mulher não se sente segura em procurar a polícia;

- Serviços de Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência Sexual, como abrigos de amparo;

- Defensoria Pública, que atende quem não possui recursos para contratar um advogado;

- Promotorias Especializadas na Defesa da Mulher.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres oferece em seu site os endereços das delegacias e pontos de atendimento (acesse aqui).

A secretaria também tem uma cartilha que ensina como identificar a violência doméstica.

Se algum órgão público não respeitar os direitos da vítima, a secretaria orienta o contato com a Ouvidoria.
Os telefones são: (61) 3313-7367 / 7396 / 7398 / 7399

O e-mail é: ouvidoria@spm.gov.br

Por Thalita Andrade

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