Milagre ou Erro Médico:
creio em Milagre
A história que você vai ler agora é um misto de descaso com a vida, de erro médico, de insensibilidade com a dor de uma família e de irresponsabilidade na gestão pública. Uma jovem mãe foi dada como morta. A família preparou o enterro. Vinte quatro horas depois vem a notícia bomba: ela está viva!
Venilton Kuchler/SESA
Hospital do Trabalhador: descaso e irresponsabilidade com a saúde pública?
“É dando que se recebe. E minha filha doou todos seus órgãos e recebeu de volta a vida”.
A exclamação, com base na Oração de São Francisco, é de Maria da Graça Silva, para explicar a situação surreal porque passa a sua filha, Glenda Marçal.
Glenda é, literalmente, uma morta-viva.
Ela tem 24 anos e é mãe de duas crianças, uma menina de oito anos e outra de oito meses.
No último dia 16 de dezembro, Glenda
arrebentou seu carro num acidente na via rápida do Portão. Foi conduzida com diversos ferimentos ao Hospital do Trabalhador, no mesmo bairro, em Curitiba.
No dia 30, toda família foi chamada ao hospital. Uma junta médica informou que Glenda tinha um quadro de morte cerebral (encefálica). E recomendou que, se a família quisesse, poderia ser feita a doação de órgãos.
Os familiares aceitaram. Os médicos informaram que a retirada de órgãos não traria danos aparentes ao corpo. E ficou marcada a retirada para o dia primeiro de janeiro. Nesse dia, uma enfermeira ligaria avisando quando a retirada dos órgãos estaria pronta, para que o corpo fosse removido ao IML (Instituto Médico Legal).
O Hospital do Trabalhador forneceu uma certidão de óbito, com a qual a família fez todos os procedimentos para o enterro: registrou a morte na Delegacia de Trânsito, contratou funerária e reservou um túmulo no Cemitério Bonfim.
No dia primeiro, nada da ligação da enfermeira.
Demorou muito e a ligação vem não para a tia da Glenda, como o previsto, mas para um sobrinho. A mensagem diz que todos deveriam ir ao hospital, pois houve um imprevisto na hora da retirada dos órgãos.
O imprevisto foi percebido pelo médico anestesiologista. Ele viu Glenda respirando e imediatamente suspendeu a retirada dos órgãos. Ela votou para a UTI e continuou a receber a medicação. Novos exames mostraram que ela tem mais da metade do cérebro funcionando normalmente.
Ao mesmo tempo, enquanto a família chorava de felicidade, começaram outros problemas.
Agora com a burocracia do hospital. O médico neurologista, o doutor Vinicius Baggio, não atendeu mais aos familiares.
E muito menos, o diretor geral do Hospital, Geci Labres de Souza Júnior.
Segundo a mãe de Glenda, o Hospital tem que fornecer um atestado declarando que a filha está viva, para desfazer todo o processo anterior, que foi feito com a certidão de óbito.
Mas o diretor se recusou a atender a família.
A situação só se resolveu quando o vereador Jorge Bernardi (PDT) interferiu. E mesmo assim, o próprio vereador, que também é jornalista, teve dificuldade em falar com o diretor. O vereador comentou que este é mais um exemplo descaso do atual secretário da Saúde, Michele Caputo, para com a população paranaense. "Os problemas acontecem e ninguém os assume".
(Fonte: NotíciasParaná.com)
(Fonte: Meandros da Política)
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